Câncer de Próstata
Tipos de câncer
A próstata é parte do sistema reprodutivo masculino. Anatomicamente, está localizada na frente do reto (final do intestino) e embaixo da bexiga. Ela envolve a uretra, canal que leva a urina da bexiga para fora do corpo.
Normalmente, a próstata tem as medidas de uma noz, entretanto, quando aumentada de tamanho, pode comprimir a uretra e diminuir ou cessar o fluxo de urina.
Ela também é uma glândula e produz parte do líquido seminal (que ajuda a carregar os espermatozoides) e uma proteína conhecida como PSA (Prostate-Specific Antigen) ou o antígeno prostático específico.
Tumores (crescimentos celulares) benignos e malignos podem acometer a próstata. O tumor maligno mais frequente dessa glândula é o adenocarcinoma da próstata.
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) aponta a ocorrência de 10 casos para cada 100.000 habitantes, com idade entre 40 e 50 anos. À medida que a idade avança, a prevalência aumenta. Entre 80 e 85 anos, a prevalência passa a ser de 116 casos para cada 100.000 habitantes, sendo mais comum no gênero masculino. Excetuando-os os tumores de pele não-melanoma, o câncer de próstata é o mais prevalente nos homens.
O fator de risco mais importante para o desenvolvimento desse tipo de câncer é a idade. Raro antes do 50 anos, o risco aumenta com a idade. História familiar de câncer de próstata e excesso de hormônio masculino (testosterona) podem aumentar a probabilidade de adquiri-lo. A ingestão de folato (tipo de Vit.B) e o uso de susbstâncias que diminuem os níveis de testosterona podem reduzir o risco.
Os sintomas normalmente estão relacionados às vias urinárias, como fluxo de urina reduzido ou urinar com muita frequência (e em pequena quantidade). Outros sintomas menos constantes são: interrupção do jato urinário, dificuldade para iniciar e manter o ato de urinar, dor ou queimação no momento de urinar, sangue na urina, dor permanente na bacia, no períneo (entre o pênis e o ânus) ou na região lombar e ejaculação dolorosa.
Os exames habitualmente realizados são o exame digital retal (toque retal), a dosagem de PSA no sangue, o US transretal e eventualmente a biópsia (transretal ou transperineal). A retirada de tecido da próstata para análise é o único método para confirmar um câncer de próstata localizado.
O exame histopatológico permite classificar o tipo de câncer de próstata. A maioria dos casos da doença é chamada de adenocarcinoma (mais de 95%). O grau de diferenciação e anormalidade celular correlaciona-se diretamente com a agressividade do tumor. Esse grau de diferenciação é medido pela classificação de Gleason (valores entre 2 a 10). Quanto maior o valor, maior a agressividade do tumor.
Após o diagnóstico e a classificação histológica, é feito o estadiamento da doença, ou seja, a verificação da extensão da enfermidade. Para isso, geralmente são pedidos exames complementares, especialmente exames de imagem, como cintilografia óssea, e eventualmente TC e RNM. O objetivo é determinar a extensão da doença e o tipo ideal de tratamento para aquele determinado paciente. O estadiamento do câncer de próstata utiliza os algarismos Romanos de I a IV, sendo os menores algarismos os cânceres localizados e os maiores algarismos os cânceres avançados.
Habitualmente envolve uma equipe multiprofissional que inclui cirurgiões, oncologistas, radioterapeutas, entre outros profissionais médicos e não médicos. O tratamento padrão habitual para os tumores de próstata envolve diferentes opções de acordo com a extensão da doença. Não é infrequente a utilização de mais de uma modalidade de tratamento, cujas opções incluem cirurgia, radioterapia, terapia hormonal, quimioterapia, imunoterapia e até a mesmo uma estratégia chamada observação vigilante. A melhor alternativa depende da idade do paciente, do grau de Gleason, do estágio do tumor, dos sintomas e do estado geral de saúde.
O prognóstico dependerá da extensão da doença no momento do diagnóstico, das características biológicas do tumor e das condições de saúde do paciente. Com os avanços das técnicas cirúrgicas, da radioterapia e dos medicamentos (hormonioterapia, imunoterapia e quimioterápicos), ele é muito bom para os tumores localizados e menor para a doença avançada ou metastática.
A prevenção primária se dá pela diminuição dos fatores de risco, sendo que o excesso de testosterona está entre os que podem ser alterados. Converse com o seu médico sobre a possibilidade da utilização de medicamentos que diminuem os níveis de testosterona, suas vantagens e desvantagens. O rastreamento, isso é, a realização de exames periódicos para identificação de tumores em homens que não apresentam sintomas, vem sendo estudado há várias décadas. Os dois maiores estudos sobre a efetividade do rastreamento em reduzir a mortalidade pelo câncer de próstata mostraram resultados contraditórios. Portanto, as evidências científicas não são suficientes para determinar se ele reduz a mortalidade pela doença.
Fontes
1. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Estimativas 2012: incidência de câncer no Brasil. Coordenação Geral de Ações Estratégicas, Coordenação de Prevenção e Vigilância. – Rio de Janeiro: Inca, 2011.
2. United States Department of Health and Human Services. National Institute of Health. What you need to know about: prostate cancer. National Cancer Institute, revised 2012.
3. National Cancer Institute (NCI) home page (http://cancer.gov/).