Câncer de Ovário
Tipos de câncer
Os ovários (dois no total) fazem parte dos órgãos reprodutivos femininos. Eles estão localizados em uma região chamada pelve (abaixo do umbigo e dentro da bacia). Cada ovário ocupa, em média, um volume de 10 cc (cm cúbicos) ou o tamanho de uma amêndoa. Os ovários produzem os hormônios femininos (estrogênio e progesterona). Durante o período reprodutivo, eles “lançam” óvulos nas trompas e, caso fecundado, transformam-se em embriões. Na menopausa, as mulheres param de “lançar” esses óvulos e as taxas hormonais começam a diminuir. Um crescimento anormal frequente nos ovários são os cistos. Na maioria das vezes, os cistos são lesões benignas e desaparecem espontaneamente. Algumas vezes, esses cistos não desaparecem, aumentam de tamanho e podem significar a existência de câncer.
Sem considerar os tumores da pele não melanoma, é o sétimo câncer mais incidente na maioria das regiões do Brasil, com um risco estimado de 8 casos novos a cada 100 mil mulheres na região sul, 7 a cada 100 mil na região sudeste, 6 por 100 mil na região centro- oeste e 4 por 100 mil na região nordeste, enquanto, na região norte (2/100 mil), é o oitavo mais frequente.
O fator de risco mais importante para o desenvolvimento é a história familiar (mãe, irmã ou filha) de câncer do ovário, mas também de câncer de mama, útero e cólon e reto. Mulheres que já desenvolveram câncer de mama, útero e cólon e reto têm um risco maior que a população geral. Outros fatores de risco são a idade (mais de 55 anos), nunca ter engravidado e o uso de terapia de reposição hormonal somente com estrogênio por mais de 10 anos. Entre 5% a 10% dos casos de câncer de ovário são herança genética dos familiares.
Os sintomas podem ser insignificantes no início, mas à medida que o tumor cresce em tamanho, pode causar dor na pelve ou na barriga, aumento de tamanho do abdome, náuseas, constipação, má digestão e sensação de cansaço permanente. Na maior parte das vezes, esses sintomas não significam a existência de câncer de ovário, mas se a mulher apresentar fatores de risco na família e os sintomas não melhorarem - ou até piorarem -, ela deve procurar avaliação médica.
O médico irá conduzir uma investigação diagnóstica para saber se os sintomas podem indicar a presença de câncer de ovário. Essa investigação diagnóstica inclui uma longa entrevista clínica, exame da pelve, alguns exames complementares (como ultrassom da pelve e exames de sangue) e, caso haja alguma suspeita, a realização de uma biópsia da tumoração (geralmente por meio de uma cirurgia, mas eventualmente por uma laparoscopia). A confirmação é feita somente pela análise do tecido pelo patologista.
O exame histopatológico permite classificar qual o tipo de câncer de ovário. A maioria é chamada de carcinoma epitelial. Outros tipos frequentes são os tumores de células germinativas. Alguns têm melhor prognóstico, como os tumores epiteliais bem diferenciados.
Após o diagnóstico e a classificação do ovário, é feito o estadiamento da doença, ou seja, a verificação da sua extensão. Para isso, geralmente são pedidos exames complementares, como exames laboratoriais (marcadores tumorais), laparotomia (cirurgia que expõe a cavidade abdominal e pélvica) e exames de imagem direcionados ao abdômen. O objetivo é determinar o tipo ideal de tratamento para cada paciente.
Habitualmente o tratamento envolve uma equipe multiprofissional que inclui cirurgiões, oncologistas, radioterapeutas, entre outros profissionais médicos e não médicos. O tratamento padrão habitual para os tumores epiteliais e germinativos envolve cirurgia, quimioterapia e radioterapia, dependendo do estadiamento da doença no momento do diagnóstico.
O prognóstico dependerá da extensão da doença no momento do diagnóstico, das características biológicas do tumor e das condições de saúde da paciente. Com os avanços das técnicas cirúrgicas, da radioterapia e dos medicamentos (quimioterápicos), o prognóstico é muito bom para os tumores localizados nos ovários e menor para a doença avançada ou metastática.
A prevenção primária se dá pela diminuição dos fatores de risco. Dentre os fatores de risco que podem ser alterados, temos a obesidade e a utilização de reposição hormonal após a menopausa. Em mulheres com risco muito aumentado de câncer de ovário por herança genética familiar, a recomendação é aconselhamento com um geneticista (ou oncogeneticista) para avaliar individualmente o risco e as estratégias de controle. Não há evidências, até o momento, para ações de detecção precoce do câncer de ovário.
Fontes
1. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Estimativas 2012: incidência de câncer no Brasil. Coordenação Geral de Ações Estratégicas, Coordenação de Prevenção e Vigilância. – Rio de Janeiro: Inca, 2011.
2. United States Department of Health and Human Services. National Institute of Health. What you need to know about: ovarian cancer. National Cancer Institute, 2006.
3. National Cancer Institute (NCI) home page (http://cancer.gov/).