A partir de uma abordagem multidisciplinar, o atendimento busca identificar as principais causas das dores dos pacientes oncológicos, com investigação e tratamento adequado para cada caso. São utilizados medicamentos, técnicas de fisioterapia, acupuntura, implante de aparelhos analgésicos, entre outros, além de apoio psicológico.
Confira abaixo entrevista com o Dr. Paulo Renato, responsável pela Clínica de Dor no Oncologia Americas:
perguntas frequentes
Dor é uma experiência sensitiva e emocional desagradável associada ou relacionada a uma lesão real ou potencial dos tecidos. Cada indivíduo aprende a utilizar esse termo através de suas experiências anteriores.
É uma área de atuação de médicos de especialidades diretamente relacionadas com o estudo e o tratamento da dor. É reconhecida oficialmente pelos Conselhos Regionais de Medicinas e pelo Conselho Federal de Medicina, tais como os anestesiologistas e neurologistas.
Principalmente as dores crônicas, aquelas que persistem por mais de três meses, apesar do tratamento da causa básica, que iniciou o processo com uma dor aguda. O câncer se enquadra nessa categoria, pois mesmo com o tratamento oncológico, a dor pode ser intensa, principalmente nas fases mais avançadas da doença.
Os tratamentos são personalizados, adequados a cada paciente individualmente. A maioria tem sua dor controlada com medicamentos por via oral, mas pode-se lançar mão de várias outras técnicas como bloqueios analgésicos /anestésicos, técnicas de fisioterapia, acupuntura, implante de aparelhos analgésicos, confecção de órteses e próteses etc. O apoio psicológico para enfrentar o sofrimento também ocupa um espaço muito importante nos pacientes com dores crônicas. A abordagem deve ser biológica, psicológica, social e espiritual para otimizar resultados.
O paciente oncológico estatisticamente sofre de dores relacionadas ao próprio tumor, ao tratamento com cirurgias, radioterapia e quimioterapia. Poderá também ter dores não relacionadas à doença oncológica como todos nós. Por isso, cada paciente deverá ter seu tratamento analgésico individualizado e planejado em parceria com seu médico oncologista. Deverá ser um trabalho em equipe.
Não existe restrição para o acompanhamento paralelo na Clínica da Dor. Podemos apoiar desde o início do tratamento oncológico com orientação, desmistificação de medos e mitos relacionados aos analgésicos e aos tipos de tratamentos.
O alívio sintomático da dor deverá se dar logo nas primeiras horas. A dor intratável hoje não é mais aceita. Sempre haverá métodos analgésicos disponíveis de maior ou menor complexidade para nossos pacientes. A meta é obter o melhor resultado analgésico com os menores efeitos colaterais possíveis.
O mais importante é nunca perder a esperança. Confiar na equipe, acreditar que a tecnologia estará sempre disponível para aliviar os sintomas e tomar a medicação de forma organizada e correta. Isso eu chamo de fazer o dever de casa, fazer a sua parte no tratamento.
O ganho principal no controle da dor é o alívio do sofrimento que a dor traz. Nunca devemos esquecer que a dor fora de controle impede a continuidade do tratamento oncológico, que sempre será o principal e o mais importante. Pacientes com dor intensa não dão continuidade, chegando a interromper o tratamento com radioterapia e quimioterapia por não suportarem o transporte ou o tempo necessário na clínica para terapia infusional.
A opção pelo tratamento paralelo na Clínica de Dor com o tratamento oncológico pode significar diminuição do sofrimento, o alívio sintomático e o controle de efeitos colaterais. Com isso, o médico oncologista pode concentrar seus esforços no tratamento do câncer. Melhorar a qualidade de vida é a principal meta da equipe.