O prefixo grego brachys significa “curta distância”. A braquiterapia é um tipo de radioterapia em que a fonte radioativa é colocada dentro da área a ser tratada ou junto a ela. A inserção pode ser temporária ou permanente.
Uma das características mais importantes da braquiterapia é que a radiação gerada pela fonte afeta apenas áreas muito próximas do local que será tratado, protegendo assim tecidos sadios.
É utilizada principalmente em tumores ginecológicos como reforço ao tratamento de radioterapia externa já realizado ou como tratamento exclusivo pós-operatório. Pode ser indicada também para tumores de próstata, pele, mama, cabeça e pescoço, entre outros.
Os efeitos colaterais podem ser agudos (durante o tratamento) ou crônicos (semanas ou meses após o término do tratamento).
Agudos: Ardência ao urinar; aumento da frequência urinária; pequeno sangramento vaginal; diarreia; saída de muco nas fezes; sensação frequente da necessidade de evacuar, mesmo com intestino vazio.
Crônicos: Diarreia crônica, sangramento retal ou urinário, estreitamento do canal vaginal.
Ingerir maior quantidade de água, evitar alimentos que aumentem o bolo fecal (grãos, folhas e alimentos integrais ou gordurosos) e bebidas gaseificadas. Além disso, fazer exercícios vaginais, a serem orientados pela equipe multidisciplinar.
Inicialmente, o paciente é avaliado pelo médico da radioterapia, que solicita o risco cirúrgico e determina o número de aplicações e o método a ser usado. A enfermeira da radioterapia fará uma consulta de orientação e agendará as aplicações, de acordo com o protocolo estabelecido pelo médico. Se o procedimento necessitar de sedação, o paciente deverá ser avaliado pelo anestesista após realização dos exames e será orientado a fazer jejum nos dias de procedimentos. Em média, são realizadas de 3 a 5 aplicações.
No primeiro dia, será realizada uma tomografia computadorizada após a inserção dos aplicadores. As imagens geradas serão utilizadas para o planejamento do tratamento. Conforme o tratamento proposto, pode ser necessária a realização desse planejamento em cada aplicação.
Quando a paciente tiver recebido radioterapia externa na pelve, as doses utilizadas comumente já ultrapassam a dose de tolerância dos ovários, provocando muitas vezes infertilidade e menopausa precoce. As doses isoladas de braquiterapia não seriam suficientes para causar falência ovariana; porém, quando somadas à radioterapia externa, contribuem para a infertilidade.
Durante a radioterapia / braquiterapia, é fortemente recomendado que as pacientes não engravidem em razão do alto risco de abortamento e malformações genéticas. Após o término do tratamento, a paciente deverá ser avaliada por um especialista para que se verifique a possibilidade de gestação.
Durante o tratamento, não há contraindicação de relação sexual; porém, por causa dos efeitos colaterais agudos, pode haver desconforto. Contudo, há a possibilidade de esse desconforto ser manejado nas consultas de revisão. Após o tratamento, a paciente pode apresentar estreitamento vaginal, dificultando as relações. Para evitar tal efeito, todas as pacientes são orientadas a manter atividade sexual e/ou a fazer exercícios vaginais que o minimizem.
Embora as doses empregadas no tratamento de radioterapia sejam protocolos internacionais, no Oncologia Americas utilizamos planejamento baseado em tomografia (chamado “conformacional”), que permite otimizar a dose em tecidos a serem tratados. Isso poupa tecidos e órgãos sadios adjacentes, reduzindo a toxicidade e trazendo, assim, mais segurança ao tratamento.